O Centro de Aquicultura da Unesp (Caunesp) e a Duke Energy do Brasil, empresa que atua no Brasil desde 1999, na geração e comercialização de energia elétrica, assinaram, em outubro de 2011, convênio para execução de um programa de desenvolvimento e pesquisa intitulado – Conservação genética e reposição de estoques de peixes nativos nas PCH’s Palmeiras, Anhanguera e Retiro, na Bacia do Rio Sapucaí-Mirim, SP: modelo integrado de estudos e aplicabilidade.
O objetivo principal deste programa é a reposição dos estoques dos peixes migratórios e residentes nativos, de importância na pesca, que vão perder a capacidade de recrutamento devido à construção e operação de pequenas centrais hidroelétricas (PCHs), no caso, Palmeiras, Anhanguera e Retiro, localizadas na bacia hidrográfica do rio Sapucaí-Mirim (sub-bacia do Rio Grande, Alto Paraná).
O projeto foi inscrito, pela Duke Energy, no Benchmarking Brasil 2013, que anualmente seleciona e certifica projetos considerados Detentores das Melhores Práticas de Sustentabilidade do País. Em 2013, foram inscritos 81 projetos de todo o país, ficando 30 para a seleção final, que aconteceu em agosto, em São Paulo, no Dia Benchmarking, “Compartilhar para Crescer”, que foi a 11ª edição do Ranking Benchmarking Brasil.
Na fase final de seleção, o projeto do Caunesp ficou na 11ª posição do Ranking 2013, recebendo o selo Benchmarking 2013.
Leia: http://benchmarkingbrasil.com.br/modules/news/article.php?storyid=1247
O projeto concorreu com projetos de empresas como Ambev, Gerdau, Avon, Itaipu Binacional, Danone, Casa da Moeda, Sabesp, Agência Nacional das Águas, Embratel, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, entre outros.
O projeto
Os principais benefícios gerados por esse trabalho aplicado de pesquisa seguem duas vertentes: a manutenção da biodiversidade lato sensu de peixes da Bacia em questão e a conservação genética deste importante recurso pesqueiro; e as populações ribeirinhas que tem os peixes como fonte de subsistência, principalmente o pescador artesanal, bem como os que praticam a pesca esportiva.
O programa multidisciplinar tem como foco: o estabelecimento de um banco de matrizes nativas, com base nos peixes capturados no Rio Sapucaí-Mirim e previamente avaliados em termos de sanidade e estrutura populacional; a caracterização genética dessas matrizes, usando técnicas de microsatélites, extração de DNA, sequenciamento de gene nuclear e mitocondrial; a reprodução induzida com hormônios dessas matrizes selecionadas geneticamente; e a alevinagem e reposição dos estoques (solturas) na bacia do Sapucaí-Mirim.
O programa dará oportunidade de estudo inédito no Brasil sobre a polêmica questão da efetividade dos “peixamentos” em rios represados para construção de usinas hidroelétricas.
Foram selecionadas para o estudo as seguintes espécies de peixes: Piapara (Leporinus obtusidens); Piava três pintas (Leporinus friderici); Curimbatá (Prochilodus lineatus); Lambari do rabo amarelo (Astyanax altiparanae) e Bagre (Rhamdia quelen). Também, outras espécies, como o Pacu-guaçu (Piaractus mesopotamicus), importantes na pesca artesanal e esportiva poderão ser incluídas nesse programa.
Este programa, inicialmente sob a coordenação do Prof. Dr. Edmir Daniel Carvalho, falecido neste ano, é coordenado agora por Fábio Porto-Foresti, professor associado do Caunesp, lotado na Faculdade de Ciências da Unesp, Câmpus de Bauru, se estenderá até 2015.
Participam deste programa os laboratórios/pesquisadores responsáveis: Laboratório de Reprodução de Peixes Nativos – Caunesp (Prof. Dr. Sérgio Ricardo Batlouni); Laboratório de Genética de Peixes – Depto. Ciências Biológicas – FC Bauru (Prof. Dr. Fábio Porto-Foresti; Laboratórios: a) de Biologia e Genética de Peixes (Prof. Dr. Fausto Foresti e Cláudio Oliveira); b) de Biologia e Ecologia de Peixes (Prof. Dr. Edmir D. Carvalho); c) de Parasitologia de Animais Silvestres (Prof. Dr. Reinaldo J. da Silva) – IB-Botucatu. Outro parceiro é a Piscicultura Projeto Peixes, localizada em Sales Oliveira-SP, responsável pela estocagem, guarda, manutenção dos reprodutores e reprodução dos alevinos, sob a orientação e supervisão dos pesquisadores/laboratórios associados do Caunesp e dos Programas de pós-graduação em Aquicultura e CB/Zoologia do IB-Botucatu.
Também, possibilitará a formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino, publicações científicas e aporte de recursos ao Caunesp na forma de reserva técnica institucional. Fazem parte do projeto pós-doutorandos e estudantes de iniciação científica, mestrandos, doutorandos.
Além deste programa, parceiros do Caunesp, como DEB – Pequenas Centrais Hidrelétrica e CELAN – Centrais Elétricas Anhanguera, patrocinam pesquisadores da Universidade de Franca (UniFran) na realização de ações complementares em educação ambiental e capacitação de produtores rurais e pescadores artesanais para piscicultura básica.
Benchmarking 2013
O Benchmarking Brasil é um programa de fomento a sustentabilidade que reconhece os detentores das melhores práticas socioambientais do pais. É um selo de sustentabilidade que certifica os detentores das melhores práticas. É uma iniciativa independente com a participação de organizações que submetem seus modelos gerenciais para avaliação de uma comissão técnica multidisciplinar com especialistas de vários países. As 30 práticas com as maiores pontuações são certificadas e selecionadas para integrar o Ranking Benchmarking do ano, sendo consideradas referências e exemplos a seguir.
O Benchmarking Brasil é um selo de sustentabilidade que há 10 anos certifica os detentores das melhores práticas socioambientais. É uma iniciativa independente com a participação voluntária das organizações que submetem seus modelos gerenciais para avaliação de uma comissão técnica multidisciplinar com especialistas de vários países.
As 35 práticas com as maiores pontuações a partir do índice técnico são certificadas como boas práticas socioambientais e selecionadas para integrar o Ranking Benchmarking da edição, sendo consideradas referências e exemplos a seguir pela metodologia Benchmarking Brasil.
A Comissão Técnica é renovada anualmente e avalia as práticas sem ter acesso ao nome da organização. As práticas certificadas são publicadas no Livro BenchMais e passam a integrar o maior banco digital de práticas de sustentabilidade de livre acesso do país. São também apresentadas nos Encontros Técnicos GMGA (5 ao ano), na FIBoPS (Feira e Congresso para o Intercâmbio das Boas Práticas Socioambientais), e publicadas em Revistas Especializadas que identificam no Ranking práticas que melhor atendam aos interesses dos leitores. Clique na foto para ser remetido ao Ranking.
Um dos pilares do Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro é a sua comissão técnica. O seu formato de composição privilegia a multidisciplinaridade e o envolvimento efetivo de seus integrantes com a temática socioambiental. Compreende nomes consagrados de personalidades e especialistas ligados a entidades de reconhecido valor no Brasil e em outros países. Os critérios de avaliação são transparentes e seus membros avaliam a qualidade gerencial das práticas adotadas sem ter acesso ao nome da instituição (http://benchmarkingbrasil.com.br/modules/news/article.php?storyid=245). O Programa até o momento, contou com aproximadamente 150 especialistas de 17 diferentes países que trabalharam voluntariamente para a seleção e compartilhamento das melhores práticas de sustentabilidade do Brasil.
Assessoria de Comunicação e Imprensa