Embora a comparação entre jogos de cassino e os games tradicionais seja um exagero para muitos, o fato é que ambos, como jogos, têm várias semelhanças. Em outras palavras, seja num RPG, que guarda vários elementos de aleatoriedade como os loots, ou mesmo num FPS, onde o foco é 100% direcionado no PvP, há sempre um algoritmo para definir o que cada ação gera como consequência.
Então, por mais habilidoso que o jogador seja e por mais que tente controlar a situação, algoritmos como o RNG (Random Number Generator) também influenciam o resultado — em proporções diferentes dependendo do tipo de jogo. Portanto, qual é a solução possível para o jogador? É claro, continuar progredindo e tentando aproveitar ao máximo o que esse acaso oferece. Afinal, essa dica serve para o cassino ou para os jogos tradicionais? Para os dois, é claro!
O que define os resultados nos jogos online?
Quando você está jogando, a sensação de justiça e imparcialidade é fundamental. Nesse sentido, cada jogo terá sua forma de garantir isso. Nos cassinos online, por exemplo, essa segurança começa pela escolha de plataformas de cassino legalizadas no Brasil. Já nos videogames, essa percepção costuma ficar mais clara após algumas sessões. Mas, como esses resultados realmente são definidos?
Bom, dá para resumir dizendo que o responsável é o algoritmo chamado RNG, o gerador de números aleatórios. De forma simples, esse sistema sorteia números e, com base neles, define alguns resultados dos games. Na prática, é como se o jogo lançasse vários dados durante uma partida para definir alguns detalhes.
Nos cassinos online, praticamente cada resultado passa pelo RNG, especialmente nos slots — jogos totalmente baseados em aleatoriedade. Nos RPGs, ele também aparece ao calcular coisas como chance de drop de loot raro, variação de dano em um ataque ou a probabilidade de acertar um golpe crítico. Mesmo assim, nos videogames ainda sobra bastante espaço para a habilidade do jogador, que continua sendo o maior fator de desempenho.
RNG e PRNG nos jogos
Na indústria de videogames e de cassinos online, o termo RNG funciona como um nome genérico para qualquer gerador de números aleatórios. Porém, ele se divide em dois tipos: TRNG (gerador de números verdadeiramente aleatórios), que usa fenômenos físicos para gerar aleatoriedade real e normalmente aparece em áreas como criptografia e segurança digital, e PRNG, o gerador pseudorrandômico de números.
Como TRNG depende de equipamentos físicos e é menos prático no dia a dia, em muitas indústrias — incluindo videogames e o próprio iGaming — o mais comum é o uso de PRNG. Isso não significa manipulação: os resultados continuam imprevisíveis. Ele gera sequências imprevisíveis na prática, mas precisa de um seed, um valor inicial obtido de fontes como o relógio interno, o momento de início da sessão, o estado da memória ou até o frame exato em que uma ação ocorre.
Nos cassinos legais, esse processo é rigidamente auditado por entidades como eCOGRA e GLI, garantindo que nenhum operador possa manipular o resultado. Já nos videogames não existe auditor externo. Os estúdios utilizam PRNGs conhecidos, ajustam como acharem melhor e testam internamente.
Em alguns RPGs antigos, jogadores perceberam que ações como movimentação, mudança de rota ou simplesmente esperar enquanto os frames passam podiam alterar o próximo número gerado, algo explorado em speedruns. Hoje esse tipo de padrão é bem mais difícil de identificar, pois os sistemas modernos misturam muitas variáveis e tornam o comportamento do PRNG mais complexo.
Quando o cérebro humano encontra os loots e os RNGs
Na prática, a discussão sobre a psicologia dos jogos se resume a dois fenômenos:
- O cérebro humano não gosta do acaso. Ele precisa encontrar padrões para se sentir seguro.
- O esquema de reforço e recompensa é uma constatação básica da lógica de funcionamento humana.
A grande questão é que o ser humano odeia o acaso e ama padrões. É nessa busca de encontrar a ação X que gera o resultado Y que o fenômeno de reforçamento aparece. Em suma, uma ação que dá recompensa positiva tende a ser repetida, mesmo que inconscientemente.
RPGs levam tudo isso ao ápice
Assim, as pessoas tendem a buscar padrões em qualquer lugar. Isso acontece até com jogadores de cassino, mesmo quando sabem que o resultado ali é totalmente aleatório. A negação dessa aleatoriedade costuma gerar superstições sobre números “da sorte” ou o famoso efeito do quase-ganho, quando o jogador quase consegue o prêmio desejado e sente vontade de tentar de novo, acreditando que encontrou algum tipo de lógica.
Nos RPGs, esse efeito fica ainda mais forte porque, diferentemente dos cassinos, muitas ações realmente trazem recompensas diretas. Você pode treinar, melhorar o equipamento, evoluir habilidades e aumentar seu XP — habilidades e escolhas importam. Ao mesmo tempo, elementos aleatórios continuam presentes, como o loot imprevisível ou a variação de dano.
Essa combinação entre controle real e partes totalmente aleatórias cria um cenário psicológico mais complexo. A sensação de controle que outras ações realmente trazem, em conjunção com essas partes aleatórias e imprevisíveis, geram um reforçamento ainda mais poderoso segundo a psicologia — o reforço intermitente. Em resumo, é um tipo de reforço imprevisível, que não deixa as coisas claras.
Mais inconstância, mais necessidade de controle
Algumas pessoas podem até se sentir desmotivadas quando se deparam com muita inconstância e aleatoriedade. Mas, o que está por trás de todos os jogos, sejam de apostas ou não, é um equilíbrio perfeito entre a sensação de mérito, a aleatoriedade, e as recompensas que nem sempre vem.
No caso dos cassinos, é evidente que isso vai para um lado mais extremo. As ações do jogador não mudam os resultados, sobretudo em jogos como slots, nos quais a habilidade não conta muito. Não há como progredir e não existe tanto mérito, é mais uma questão de sorte. Mas, nos jogos tradicionais, você também precisa estar pronto para se frustrar quando o algoritmo não te ajuda muito.
