A Associação Paulista de Supermercados (APAS) avalia que a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil em elevar os juros básicos da economia, a taxa SELIC, em 0,50 pontos percentuais, atingindo 14,25% ao ano, reflete o descompasso da política econômica do governo.
Por um lado, há a tentativa de fazer ajuste fiscal, que vislumbra crescimento econômico para elevar a arrecadação. Por outro lado, compromete a retomada da atividade econômica ao elevar a taxa básica de juros (SELIC). O risco é de que esta combinação de ajuste fiscal com elevação de juros possa levar a economia brasileira para um quadro de recessão.
A justificativa para a elevação dos juros continua sendo a necessidade de controlar o processo inflacionário. É importante destacar que, mesmo diante do patamar anterior da SELIC em 13,75%, a inflação continuou afetando o poder de compra da população, impactando diretamente no consumo das famílias. Esse fato se refletiu em desaceleração no desempenho das vendas no varejo, incluindo o setor supermercadista, que registrou um dos piores desempenhos dos últimos 7 anos.
A elevação dos juros na tentativa de reduzir a inflação, por meio de uma política monetária mais restritiva, traz impactos negativos no médio e longo prazo. O custo desta política monetária contracionista tem se traduzido em uma perda do ritmo da atividade econômica, prejudicando ainda mais o crescimento econômico para 2015. A continuidade da elevação da taxa de juros irá prejudicar inclusive a atividade econômica em 2016.
Vale ressaltar que o impacto da elevação da taxa de juros possui em efeito que se propaga na economia e que de maneira defasada atinge a economia em até seis meses.
Faz-se necessário uma coordenação mais alinhada entre a política fiscal e a política monetária adotada no Brasil, em que a preocupação deve ser voltada para a necessidade da rapidez com que devem ser aprovadas as medidas de ajuste fiscal e dosagem da política monetária que está sendo adotada.
A elevação de juros, diante de um cenário de inflação elevada e persistente e do emprego e da renda em queda livre, levará o país a um dos piores resultados de um governo em toda a história da República no Brasil. O crescimento do país na atual gestão do governo federal só não é pior do que nos governos de Floriano Peixoto que, de 1891 a 1894 e, de Fernando Collor que, de 1990 a 1992. Será este o preço pago por um período prolongado de desarranjos na política econômica do país.
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.260 associados, que somam mais de 2.830 lojas.
Assessoria de Imprensa APAS