A Unesp assinou um acordo inédito no Brasil de cooperação com a Université Laval, em Quebec, no Canadá, para o estabelecimento de uma Unidade Internacional Mista de Pesquisa (UIMP). Inicialmente, as duas instituições disponibilizarão recursos para garantir a mobilidade de pesquisadores e estudantes ao laboratório COPL (Center for Optics, Photonics and Lasers), referência mundial em pesquisas relacionadas à fotônica.
O tema será enfocado por Younes Messaddeq, professor do Departamento de Química Geral e Inorgânica do Instituto de Química (IQ) da Unesp de Araraquara e do Département de Physique, de Génie Physique et ’Optique Centre d’Otique, Photonique et Laser da Université de Laval, Quebec – Canadá, dia 16 de agosto, às 14h30, no IQ, em aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto. A aula é intitulada é ‘Um novo modelo de cooperação internacional para a pesquisa: Unidade Internacional Mista’.
“A Unesp saiu na frente para ter um laboratório de pesquisa no exterior. Com o acordo, todas as tecnologias e patentes resultantes da parceria pertencerão à Unesp”, explica o professor Younès Messaddeq, do Instituto de Química (IQ) de Araraquara. Desde 2011, ele coordena a linha de Materiais Fotônicos do centro canadense.
O laboratório dispõe de uma estrutura de 10 mil m2, sendo dois terços deste espaço composto por laboratórios e salas limpas, produto de um investimento de US$ 42 milhões em infra-estrutura e equipamentos. O objetivo final é que, com o desenvolvimento da parceria, projetos para a ampliação da estrutura laboratorial do Câmpus de Botucatu ganhem força, permitindo que parte das pesquisas se desenvolvam no país.
“O pesquisador brasileiro, por sua vez, poderá se inscrever para realizar projetos dentro do Canadá, uma vez que será considerado um professor da Université Laval. Ele deverá permanecer períodos mínimos de três meses no país. A ideia é manter um fluxo contínuo entre Brasil e Canadá. Pretende-se também utilizar a parceria para potencializar a submissão de projetos às agências de fomento brasileiras”, explica o professor Younès.
Em 2011, o professor Massaddeq foi selecionado para uma cadeira de excelência do governo do Canadá na área de telecomunicação por um período de sete anos. Por meio desta cadeira, o pesquisador teve acesso a recursos no valor de US$ 28,4 milhões, feito que o levou para o COPL.
Desde 2012, a Université Laval tem uma UIMP semelhante com o governo francês sobre a Antártica. O acordo com a Unesp, assinado em junho, é o segundo da instituição canadense a seguir esse modelo misto de cooperação.
“Teremos atenção especial em pesquisas que gerem recursos e patentes licenciadas. A prioridade de pesquisa no COPL é muito focada na inovação tecnológica, em dar apoio às indústrias, seja na formação de recursos humanos, seja na forma de serviços”, explica o professor da Unesp. “O que queremos com esta UIMP é focar em assuntos de interesse comum das duas instituições e criar patentes que gerem recursos e que beneficiem 50% a Unesp e 50% a Université Laval”, diz.
O professor do IQ de Araraquara cita algumas áreas de pesquisa da Unesp que poderiam se beneficiar do laboratório especializado em fotônica. Entre elas, está o desenvolvimento de pesquisas na área de medicina preventiva e diagnóstico precoce, sensores que identificam a quantidade de nutrientes NPK no solo e aumento da eficiência e produtividade em sistemas solares, entre outros.
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