Apesar de alguns episódios de chuvas registrados em janeiro e neste mês de fevereiro no Sul do país, o acumulado tem sido muito baixo, e por isso, insuficiente para reverter o quadro de estiagem em algumas regiões, como é o caso do norte, noroeste e Campanha gaúcha e do oeste de Santa Catarina de do Paraná.
No Paraná, a seca já atinge 150 municípios, sendo que 137 já teve reconhecido a situação de emergência pelo Governo Federal. Ontem, dia 13, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) emitiu alerta sobre o uso racionado da água.
Segundo a Sanepar, permanecendo a estiagem, o calor e o excesso de consumo, poderá ocorrer problema no abastecimento de água nos próximos dias em mais de 20 municípios, são eles: São Mateus do Sul, Rio Azul, Rebouças, Santo Antônio da Platina, Siqueira Campos, Assis Chateaubriand, Cafelândia, Iracema do Oeste, Vera Cruz, Terra Roxa, São José das Palmeiras e Nova Aurora. Em duas semanas, o problema também pode atingir Pranchita, Dois Vizinhos, Flor da Serra do Sul, Nova Prata, Vitorino, Bom Sucesso do Sul, São Jorge do Oeste, Verê e Cambará. Além disso, em algumas cidades, os moradores de regiões altas que não possuem caixa de água para armazenar em seus imóveis podem enfrentar dificuldades.
Para colaborar, a Companhia pede que aos moradores que reduzam o consumo de água tratada, diminuindo o tempo no banho, não lavando carro e calçada com água tratada e reutilizar a água do tanque ou máquina de lavar para limpar calçada, canil e molhar as plantas. Fechar a torneira enquanto escova os dentes, faz a barba e lava as louças também são algumas das recomendações do uso consciente.
No Rio Grande do Sul, 342 municípios já decretaram situação de emergência desde novembro. Nesse período, a Defesa Civil contabilizou 1.797.264 pessoas afetadas. Em Santa Catarina, algumas cidades também enfrentam racionamento de água. Xaxim foi dividida em duas partes e cada uma delas receberá 12 horas de fornecimento de água por dia. O Estado já tem mais de 70 cidades em situação de emergência e mais de 50 mil pessoas afetadas pela seca. De acordo com relatório divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, as perdas de todas as culturas e criações agropecuárias em Santa Catarina devido à estiagem já ultrapassam os R$ 400 milhões.
Segundo os meteorologistas da Somar, essa situação de pouca chuva registrada no Sul do país se deve ao fenômeno La Niña, que reduz drasticamente o volume de chuva na Região. E a previsão não é muito animadora. Apesar da previsão de alguns episódios de chuva nos próximos meses, as precipitações não serão generalizadas e com volumes que revertam esse quadro já instalado. A expectativa é que esse primeiro semestre termine com chuva abaixo da média em boa parte da Região.