Foram liberados, nesta terça-feira (12), R$ 10 milhões para a restauração e reconstrução do patrimônio histórico de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, em São Paulo. O município ficou praticamente submerso por causa das chuvas do primeiro dia do ano, e teve cerca de 80% do centro histórico destruído. A verba está disponível e deve ser liberada emergencialmente, por meio do programa PAC Cidades Históricas, assim que os técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MinC) concluírem as avaliações. Desde o dia 5, os técnicos fazem plantão para avaliar as perdas e resgatar peças importantes para a recuperação da cidade.
O valor e o modelo de trabalho para reconstruir São Luiz do Paraitinga foram estabelecidos com base nos investimentos utilizados na reconstrução da cidade de Goiás Velho – GO, que, em 2001, também teve 170 imóveis destruídos pela cheia do Rio Vermelho, que corta a cidade. O município foi totalmente recuperado e, dois anos após a tragédia, os monumentos do Centro Histórico haviam sido restaurados e reconstruídos.
Barracas das Forças Armadas irão abrigar os objetos de valor histórico recuperados nos escombros por técnicos e moradores. Um escritório montado em um dos casarões que resistiram à força das águas será utilizado também como depósito do material a ser restaurado e reutilizado na reconstrução dos imóveis. Será dado início a serviços imediatos, como a seleção de materiais construtivos reutilizáveis, escoramentos emergenciais, cadastramentos de imóveis, projetos e obras de recomposição, restauro e consolidação de paredes e estruturas.
Segundo o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy, o processo de tombamento, para que a região seja reconhecida como patrimônio nacional, deverá ser antecipado pelo Iphan/MinC. O ministro explica que esta ação fortalece a estratégia de reconstrução, facilita a liberação de verbas e garante maior presença do Estado na região.
Em cerca de 90 dias, o Ministério da Cultura destinará um kit de biblioteca do Programa Mais Cultura, contendo um acervo de mil livros, mobiliário e um telecentro com onze computadores para instalar uma biblioteca pública na cidade. A única biblioteca do município, que ficava em frente à igreja matriz, foi destruída em decorrência das chuvas.
A prefeitura municipal cederá um prédio para o funcionamento da biblioteca. “A população não pode esperar um ano pra ter uma biblioteca. É preciso garantir o acesso da comunidade a um espaço vivo, dinâmico e essencial para a formação leitora”, destacou a coordenadora executiva do Programa Mais Cultura, Silvana Meireles. Também serão implantados um Cine Mais Cultura – espaço para exibição gratuita de filmes – e um espaço cultural multiuso em Paraitinga.