Por unanimidade dos senadores de todos os partidos, o projeto de lei que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, a Unila, foi aprovado nesta quarta-feira à tarde, no plenário do Senado Federal. Agora, falta apenas a sanção presidencial. A criação da
universidade deverá transformar Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, num dos principais polos de educação superior, pesquisa e desenvolvimento tecnológico do país.
A Unila tem como meta atender 10 mil estudantes de graduação, mestrado e doutorado, com um corpo docente de 250 profissionais. Conforme a proposta do governo, a seleção de alunos e professores será aberta a candidatos de toda a América Latina, com provas em português e espanhol. A proposta da Unila prevê a criação de uma instituição pública federal bilíngue (português e espanhol), com ensino, pesquisa e extensão nas áreas de ciências e humanidades.
A universidade será construída num terreno de 38,9 hectares, doado pela Itaipu Binacional. O projeto arquitetônico é de Oscar Niemeyer.
Com traços arquitetônicos que simbolizam a integração latino-americana, o projeto prevê a construção de seis prédios: edifício para a reitoria e professores, biblioteca, anfiteatro, dois grandes prédios para alunos e professores (um para salas de aula e outro para os laboratórios de pesquisa) e restaurante universitário. De acordo com Niemeyer, a proposta é um presente que ele dará ao Brasil e à América Latina.
Além de doar o terreno para o campus da Unila, Itaipu cedeu instalações no PTI para a sede provisória e ainda bancará os projetos complementares de estrutura, instalações, sistema viário e drenagem, iluminação e paisagismo da futura sede da instituição. “Estamos construindo o nosso sonho, algo que vai mudar a realidade da nossa região e tornar-se exemplo para o futuro”, comentou o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek.
O presidente da Comissão de Implantação da Unila, professor Hélgio Trindade, comemorou a decisão do Senado. “A construção desse projeto foi coletiva e solidária, e contou com o apoio insubstituível da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Itaipu Binacional e do Parque Tecnológico Itaipu”, disse o professor.
Segundo Hélgio Trindade, agora os desafios são outros. “Iniciaremos, em 2010, uma nova etapa com responsabilidades e exigências crescentes e vamos precisar do apoio de todos os que já estão engajados e irão se incorporar na nova universidade, que deixou de ser uma ficção legal e tornou-se uma realidade institucional de porte latino-americano”.
Para Jorge Samek, Itaipu tem motivos especiais para saborear a aprovação do projeto que cria a Unila. “Temos o orgulho de fazer parte de uma entidade binacional, precursora do processo de integração regional. Todos os diretores da Itaipu, sem exceção, abraçaram o projeto da Unila e não mediram esforços para apoiá-lo”.
E complementou: “Todas as áreas se envolveram com entusiasmo na construção do projeto. O PTI (Parque Tecnológico Itaipu), por sua vez, escancarou suas portas para receber a Unila, mobilizando todas as suas competências para apoiar sua implantação”.