Em palestra proferida no início da tarde de ontem (27) durante o 1º Simpósio Sindusfarma de Gestão Farmacêutica, evento que integra a 2ª Edição da CPhl South America 2009 , a maior e mais importante feira internacional de ingredientes para indústria farmacêutica, Inajar de Souza, assessor de Marketing da entidade, afirmou que o mercado passa por uma transformação.
Números recentes revelam que os produtos especializados, aqueles restritos a distribuição por parte de hospitais, já representam um quinto do mercado global. Esses medicamentos mais complexos estão fora das farmácias, onde são comercializados os chamados primary care.
“Não vivemos mais no mercado industrial farmacêutico, mas sim na da indústria da saúde. Países como os EUA estão discutindo o setor, o que vai influenciar decisivamente no mercado. O presidente Obama quer implantar lá algo semelhante ao nosso SUS (Sistema Único de Saúde). Imagine o reflexo disso”, ressalta Inajar. Exemplos de produtos especializados são os direcionados a oncologia, que registraram um crescimento nas vendas superiores a 100% nos últimos cinco anos. Para se ter uma ideia do impacto no mercado, os medicamentos voltados aos tratamentos cardiovasculares nos EUA, país onde há esses tipos de doença viraram caso de saúde pública, teve um crescimento de 10% no mesmo período.
Inajar de Souza acredita que o modo de trabalho também será afetado. “Aquela figura do representante que leva amostras grátis nos consultórios pode acabar aos poucos. A tendência é que as empresas montem times especializados para discutir a eficácia do produto com os médicos”. Nos EUA, diz ele, já há a o Pharmacy Benefit Management (PBM), um programa que criou a figura dos agentes farmacêuticos dos planos de saúde.
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Crescimento de 4,8% da indústria farmacêutica reflete no otimismo de expositores da 2ª Edição da CPhl South America 2009
Os participantes apresentam novos produtos e focam o promissor mercado brasileiro
Só em 2008 a indústria farmacêutica movimentou US$ 773 bilhões em vendas no mundo todo, registrando um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior. A perspectiva de mais crescimento e de novas áreas de investimento no setor podem ser conferidos ao visitar a 2ª Edição da CPhl South America 2009, a maior e mais importante feira internacional de ingredientes para indústria farmacêutica da América Latina, e a P-MEC – Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Soluções, que acontecem até sexta no Transamérica Expo Center, em São Paulo. A feira reúne um total de 250 expositores de 18 diferentes países.
Roque Ocantos, diretor de Novos Negócios da Blausiegel, indústria que atua no ramo de biofármacos, entusiasmou-se com o fato da feira apresentar um crescimento de 35% no número de expositores. “Com a nossa participação, fortalecemos o nosso nome na América Latina ao expormos os nossos produtos. Além disso, é possível ampliarmos o nosso network e estreitarmos relacionamentos importantes”, afirmou. Leila Hirata, especialista em produtos da ISP do Brasil, destaca que há outro aspecto importante para o evento atrair a nata do mercado: a necessidade das empresas se atualizarem em relação as novas normas que avaliam a segurança e a qualidade dos produtos.
A Cima Industries Pharmaceutical Equipament, especializada em equipamentos e serviços no setor farmacêutico, trouxe para o evento os liofilizadores, que, por meio da sublimação da água, desidratam a comida, sem que a mesma perca suas propriedades. A estratégia da empresa chinesa, segundo a sales manager no Brasil Ana Tonon Fuliaro, é a de que esse sistema será responsável pela “comida do futuro”. “Esse alimento liofilizado ao ser colocado em contato com a água novamente reconstitui-se perfeitamente na sua forma original”, ressalta.
Novas fronteiras
Já a mexicana Sinbiotik tem um objetivo de abrir novas fronteiras mercadológicas: conhecer o promissor mercado brasileiro e fechar negócios durante o evento. Fabricante e representantes de medicamentos, estão participando pela primeira vez do evento com perspectivas otimistas, como revela Gabriela Rodrigues, sales manager da empresa.
Quem também quer sair do evento com bons negócios fechados é o gerente de Vendas da Camp, Dino Ferreira. Participando pela primeira vez do evento e espera que os seus produtos dedicados a linha final do processo farmacêutico atraiam novos investidores. A empresa, que foi criada em Bolonha, na Itália, é responsável pela fabricação de máquinas para encartuchar medicamentos tanto em frascos para líquidos como em comprimidos.
Division manager da GEA Liquid Processing defende que sistema CIP seja o primeiro estágio na implantação de uma unidade de produção de medicamentos
“Isso já é comum na indústria de alimentos, por exemplo, mas na área farmacêutica, ainda não”, afirmou Bjarne Darré durante palestra
“Uma fábrica que mostra limpeza está esterilizada, livre da contaminação de bactérias? Não necessariamente. Já vi empresas limpas que, no entanto, apresentavam baixo grau de esterilização. Isso não garante nada”. O alerta foi feito por Bjarne Darré, division manager da GEA Liquid Processing da Dinamarca, em palestra proferida na manhã desta quarta-feira, durante a 1ª Edição do ISPE Brazil Life Science Congress. O encontro é um dos eventos que compõe a 2ª Edição da CPhl South America 2009, a maior e mais importante feira internacional de ingredientes para indústria farmacêutica e a P-MEC – Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Soluções, que acontecem até sexta no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Darré chamou a atenção, com isso, para a necessidade da indústria farmacêutica realizar o processo de CIP (Cleaning in Place) no início da implantação de uma fábrica e não no final, como tem sido comum. Esse sistema garante a limpeza constante das máquinas, sem a necessidade de parar a produção ou desmontar os equipamentos, além de evitar a contaminação. “Isso já é comum na indústria de alimentos, por exemplo, mas na área farmacêutica, ainda não. Ainda se desmontam as máquinas para fazer a limpeza. A CIP traz vários benefícios, mas posso destacar o bom fluxo constante, concentrado e com temperatura ideal do líquido em processo, representando, no fim, um ganho de tempo”, ressaltou.
O especialista dinamarquês afirma, também, que a conseqüência de colocar a CIP como primeiro estágio da implantação de um processo de produção farmacêutica permite que um segundo sistema de segurança higiênica seja mais eficiente: o SIP (Sterilization in Place), que trata da esterilização de todos os componentes e equipamentos do processo, também em um fluxo constante, a exemplo da CIP.
ServiçoCPhI South America – Feira Internacional de Ingredientes para Indústria Farmacêutica
P-MEC South America – Feira Internacional de fornecedores de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria Farmacêutica
Site: www.cphi-sa.com.br ou www.pmec-sa.com.br